Negociações EUA-China abalam mercado de soja e milho em Chicago

A soja inicia a terça-feira (4/11) com queda na Bolsa de Chicago, registrando recuo de 1,54% nos contratos para janeiro, cotados a US$ 11,1675 por bushel. Essa baixa é atribuída a um movimento de realização de lucros pelos investidores, após a commodity atingir o maior preço em 16 meses na véspera. De acordo com a consultoria Granar, a recente valorização incentivou vendas no mercado físico dos Estados Unidos, trazendo alívio aos compradores locais. A colheita americana já alcançou cerca de 91% da área plantada, conforme estimativas privadas. No cenário internacional, operadores monitoram as negociações entre Estados Unidos e China, aguardando um aumento no ritmo das compras chinesas. Sem isso, a meta da Casa Branca de vender 12 milhões de toneladas de soja ao país asiático dificilmente será cumprida neste ano, avalia a consultoria. No Brasil, dados da Conab indicam que o plantio da nova safra de soja chegou a 47,1% da área prevista, avançando em relação aos 34,4% da semana anterior, embora abaixo da média dos últimos cinco anos, de 54,7%.

Os contratos de milho para dezembro também operam em baixa, com queda de 0,98%, a US$ 4,3000 por bushel, influenciados pela realização de lucros e pelo aumento das vendas no mercado físico americano. Condições climáticas favoráveis no Meio-Oeste dos EUA aceleram a colheita, que já atinge 83% da área apta, segundo fontes privadas. No Brasil, o plantio da primeira safra de milho alcançou 42,8% da área prevista, ante 40% na semana anterior, próximo à média dos últimos cinco anos, de 44,5%. Em contraste, o trigo registra alta de 0,55% nos contratos para dezembro, cotados a US$ 5,4650 por bushel, impulsionado por rumores de retomada de compras pela China, o que mantém investidores em posição compradora apesar do dólar fortalecido frente ao euro. No Brasil, a colheita de trigo atingiu 50,9% da área plantada, contra 43,3% na semana anterior, mas abaixo da média histórica de 60,1%. Essas dinâmicas destacam as tensões comerciais globais, com implicações para as políticas agrícolas e econômicas entre potências como EUA e China.

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